É no Centro Histórico
Bom eu daqui de longe com toda minha ignorância a distancia, não fazia ideia de que esse funil geográfico chamado Guaíba sempre foi repleto de inundações, nem que ano passado ocorreram outras duas menores, tão pouco que já existia um sistema para conter inundações de até 6 metros de altura em POA, nem que existia um relatório prevendo essas desgraças há mais de 10 anos que foi arquivado e considerado alarmista, tbm não sabia que os modelos meteorológicos que poderiam ter previsto essa catástrofe falharam, e tão pouco sabia do descaso dos governantes locais com a manutenção do sistema de contenção de enchentes mesmo tendo no ano passado passado por outras duas.
Resta saber o futuro, uma vez que me parece que essas catástrofes serão mais frequentes daqui pra frente.
Pra quem tiver paciência de assistir esse cara aqui conversa com especialistas em meteorologia e mostra um pouco do trabalho e apoio da comunidade envolvida com barcos. Ele tem um canal que fala sobre a vida em veleiros & cia.
Reportagem da DW.
Ja passou a hora, de buscar politicas industriais,tecnologicas preocupadas com as mudancas climaticas. Mas isso nao entreten, e aponta problemas que pode ir contra as culturas de consumo politico como um produto. Nao envolve individualismo, e o pior de tudo… Educa. E careta…
Olhe as escolas e redes sociais,
Muito mais comodo, inclusive psicologicamente ignorar as limitacoes ambientais, mas quando da ruim…
e isso.
Por aqui tudo bem.
Tive que sair de casa pela enchente. Mas mais por estar sem água e luz. Pq onde moro no centro é alto, a água não chega.
Metade de Lageado já era… Rio Jacuí passa lá e a coisa foi feia demais.
Pra mim a ideia de conter a água é absurda. Não tem como segurar a água. Pode até atrasar a inundação de certas áreas. Mas não conter a água.
A realidade é que todo mundo (autoridades) sabia que isso poderia acontecer.
Canoas, Eldorado, região das Ilhas, Bairro Sarandi, são zonas de alagamentos recorrentes.
Nâo tivemos nenhuma política pública pra tentar tirar as pessoas de zonas de risco. Não tivemos investimento adequado no sistema de drenagem (esse poderia ter evitado boa parte da catástrofe em Porto Alegre especialmente). Os governantes falavam abertamente em derrubar o muro da Mauá há alguns anos - pra deixar a cidade mais bonita.
Nossas bombas de drenagem não funcionam embaixo d’água e foram instaladas dentro do nível de inundação - elas e seus geradores. Ou seja, pararam de funcionar bem rápido. A defesa civíl foi sucateada - orçamento DESSE ano era de R$ 50.000 pra TODO o estado. O governo não sabia nem por onde começar quando o caos se instalou. Se não fosse o povo, gaúcho e brasileiro, seria muito pior. Pq o poder público pouco fez e ainda pouco faz.
Fui voluntário (como veterinário) nos resgates e agora estou indo a 2 abrigos. Só em 1 abrigo tem alguma presença pública (prefeitura e estado - com o Danrlei ex goleiro gerenciando, inclusive. No restante é o povo pelo povo. As doações que chegam são 100% privadas. O estado só faz organizar tudo.
Aliás, todos os brasileiros fizeram até mais do que merecíamos. Um estado egocêntrico e separatista em boa parte.
Agradeço demais por ser brasileiro antes de ser gaúcho.
Uma fotógrafa que teve o seu estúdio alagado.
https://www.instagram.com/alfinetei/p/C6__BlNreyW/?img_index=1
Que tristeza.
Começam a aparecer agora com a agua abaixando a dimensão dos estragos. Pessoas que perderam tudo, completamente tudo, basta navegar um pouquinho pelo Instagram, YT, etc… ou assistir um pouco os canais de noticias.
Ver o estrago dentro das casas, ver os estragos nas ruas, são eletrodomésticos, moveis, computadores, equipamentos, carros, roupas, tudo, tudo mesmo estragado, começa a demonstrar pra quem esta vendo de fora a real dimensão do estrago, que me parece pior do que aquele da usina de Chernobil. Pessoas e famílias com tudo completamente detonado.
Deveria ter um entendimento para essa gente que paga imposto bragaraio, para que de maneira ampla pudesse cobrar judicialmente dos governos, federal, estadual, municipal, todo esse prejuízo, que financeiramente não é linear, não é igual pra todos, mas que destruiu o sonho, a alegria e a perspectiva de vida de milhares de famílias, além do amparo psicológico que todos merecem ter.
E isso, sem entrar na discussão sobre as vidas que se foram…
Realmente muito difícil a situação. Confesso que outro dia chorei junto com um cara que estava sendo entrevistado pela Adriana Araújo da BandNews.
Sobre indenizações, cobrar judicialmente dos governos = pagar mais impostos. Toda vez que governo é condenado a indenizar alguém, somos nós contribuintes que na verdade pagamos. No caso, os próprios gaúchos custeariam parte da indenização.
O governo tem que investir na reconstrução do RS, buscando evitar os mesmos erros no passado. Judicializar a tragédia não resolverá nada.
É vdd Vinicius… mas no caso de não acontecer nada, ou então de ficar por 5mil reais de indenização… penso que não se pode deixar por isso mesmo, tá cheio de gente indefesa ali, gente que sequer sabe ou consegue entender o que aconteceu, gente que não faz ideia do quão difícil será reconstruir a vida, e como será o futuro.
Concordo, amigo. Mas o que se pode fazer agora é dar o necessário suporte à reconstrução. Os R$ 5mil não possuem caráter indenizatório, mas de auxílio. Certamente será insuficiente :no:, mas também não acho que fazer o Estado (leia-se contribuinte) indenizar o próprio contribuinte resolverá as coisas.
E já sabemos que a exemplo das tragédias de Mariana e Brumadinho, ninguém irá para a cadeia.
Então Vinicius, respeitando a sua opinião, só estou colocando a minha.
Já estamos contribuindo, com ou sem tragédia contribuímos, e muito, e vamos continuar contribuindo.
Pra eu entender, vc diz isso porque tem a expectativa de que os impostos possam aumentar??? Ou porque a expectativa é de um redirecionamento de verbas, tendo que tirar de outras pastas, deixando algumas áreas com menos dinheiro???
Ou alguma situação que não me ocorreu??? Só pra eu entender.
Lindsay, aprecio muito suas manifestações. E não é de hoje.
Sabemos que o cobertor é curto. Para arcar com a reconstrução do RS e ainda indenizar de alguma forma aqueles que perderam tudo, ou aumenta a arrecadação, ou tira de outras pastas. Seja como for, o dinheiro não surgirá do nada, terá que sair de algum lugar.
O que digo com respeito à indenização, é que não é possível apontar um culpado absoluto para a tragédia. Não é como em um acidente de trânsito com vítima.
Quando ocorre condenação sobre um ente federado (União, Estado ou Município), não é o Presidente, Governador ou Prefeito quem paga. O dinheiro sai da fazenda pública, ou seja, o povo indenizando o próprio povo. Então não me faz muito sentido. Indenizar meia dúzia de pessoas é uma coisa. Mas como fazê-lo para milhões? Impossível.
Melhor direcionar os recursos à reconstrução e às necessárias políticas públicas de apoio. A judicialização só atrasaria todo o processo.
Abração.
Então é assim:
Não estou preocupado com de onde vai sair o dinheiro, pq arrecadação aqui no BR é imensa, e vc sabe, o Brasil é um dos países que mais arrecada no planeta, esse mesmo Brasil que tbm é conhecido pelo mau uso desse dinheiro. Tenho a impressão que é possível reconstruir o RS sim, desde que se tenha mais responsabilidade com dinheiro publico e com o cidadão.
Estou preocupado é com as pessoas pobres e humildes que perderam tudo, e falo da questão pessoal do indivíduo que paga impostos, e que espera em na contrapartida do imposto os serviços públicos para a segurança e conforto de sua vida pessoal.
A infraestrutura publica e os equipamentos públicos já está obvio que a responsabilidade de reconstrução é mesmo do governo, porem no âmbito pessoal, onde o governo fornece ou deveria fornecer ao cidadão pagador de impostos vários serviços, como educação, saúde, segurança, etc… Mas tem tbm que se responsabilizar pelos erros (dos governantes), observe que em muitas situações ali por todo o estado, negligencia de autoridades e falta de presença do estado na organização das cidades rolando solta, e nenhum governante nunca é responsabilizado. A começar pelo sistema contra enchentes de POA, até as varias cidades onde casas não restaram em pé e bairros foram varridos do mapa.
Depois disso ainda tem o governo a obrigação de dar assistência para quem perdeu tudo, de dar moradia e não deixar morrer de fome, principalmente para aqueles que levarão o resto da vida pra recuperar os prejuízos, falo de assistencialismo, recuperar a vida de quem não terá condições de se recuperar. As chuvas foram um acidente??? Então nada mais justo de o governo se responsabilizar pelo assistencialismo para a recuperação.
Se for pra ficar no campo das promessas que nunca serão cumpridas, espero que os advogados façam reclamações em grupo para cobrar do governo financeiramente o reparo dessa calamidade.
Lindsay, creio que estamos falando exatamente a mesma coisa.
Reconstrução, programas habitacionais, acolhimento, apoio e políticas públicas (assistencialismo é uma delas), tudo isso sim caberá ao governo, seja na esfera federal, estadual ou municipal.
Minha discordância foi que você falou em indenização, o que é uma coisa muito diferente.
Essa tragédia afetou cerca de 2,5 milhões de pessoas. Imagine esse contingente entrando na justiça e cada um cobrando uma reparação condizente com suas perdas, digamos um valor médio de R$ 100 mil.
Sabe quanto dá isso? R$ 250 bilhões. Impossível o pagamento. A ação correria por décadas e ninguém veria um só centavo. Então, esse não é o caminho.
De resto concordamos em tudo.
Outra coisa, existe essa máxima de que o Brasil tem dinheiro para caramba, que há recursos para fazer X, Y e Z.
Mas isso não é e nunca foi verdade. O Brasil possui carga tributária alta, e com isso arrecada muito percentualmente. Mas não tem esse dinheiro todo que as pessoas pensam. E para piorar, gasta-se muito mal os recursos. Sempre digo aos meus colegas aqui do Tribunal de Contas que a incompetência causa tanto prejuízo quanto a corrupção.
Só para ilustrar em números, e deixando EUA e China de fora:
- Alemanha - população 83 milhões - PIB US$ 4,4 trilhões
- França - população 68 milhões - PIB US$ 3 trilhões
- Itália - população 60 milhões - PIB US$ 2,18 trilhões
- Brasil - população 203 milhões - PIB 2,17 trilhões
É evidente que geramos pouca riqueza perante o tamanho da população e suas necessidades. Países com menos da metade da nossa força de trabalho geram muito mais riqueza.
Definitivamente não somos um país rico, não há recursos financeiros para atender a tudo e a todos. É cobrir um lado e descobrir o outro.
Não tenho condições de analisar com precisão essa conta rápida que vc fez, tenho a impressão que seria menos. Mas tomando como base e o seu raciocínio:
O PIB brasileiro é de mais de 10 trilhões de reais ano, 250 bilhões é 2,5% do PIB de um ano.
O orçamento publico anual é maior que 5 trilhões de reais ano, R$ 250 bi representaria apenas 5% em relação a um ano.
Comiserando que R$ 250 bi podem ser pagos em pagos em 10 anos, seria menos impactante ainda, coisa de 0,25% do PIB pra menos.
Educação, educação e educação. E pegar de volta a escada que foi chutada, ao invés de cair em papinho que tentam empurrar na gente.
Exatamente.
Apenas 5%? R$ 250 bi é mais que todo o orçamento do Ministério da Saúde para 2024.