Novamente chuva, tá um temporal aqui de cair o mundo.
Cuidem-se por aí.
Guaíba recebeu quase metade do volume de água de Itaipu em uma semana de chuvas, aponta instituto da UFRGS
Primeiramente, minha total solidariedade com as vitimas diretas e indiretas dessa catástrofe.
Apelo para que quem puder doar, que o faça.
Sempre achei um absurdo total o descaso e despreparo geral nessas situações e a ignorância de como funcionam os rios e córregos. Ignorância, vista-grossa ou seja lá do que quiserem chamar.
Desde que me entendo por gente, sei que não se deve construir, ocupar ou aterrar áreas de várzeas dos rios. Se elas existem tem uma razão geológica e hidrológica. O que a natureza ja teve um dia ela irá retomar ou cobrar um bom custo depois.
Aqui no Brasil ninguém leva açoreamento a sério e nem muito menos a preservação das matas ciliares. Sem mata ciliar, aumenta a erosão e o açoreamento, isso é claro como o dia e quem deveria dar bola para isso não dá.
Esses eventos todos tendem a ficar mais frequentes e extremos, isso já é fato. Consertar a cagada que já foi feita vai demorar, custar muito dinheiro e sobretudo vontade, se é que vai dar.
Uma coisa eu aprendi: Se um evento climático ou geológico já aconteceu uma vez, pode ter certeza de que acontecerá novamente um dia, pura e simplesmente questão de tempo. Mas a memória é curta e os interesses poderosos.
“Em 1941, o rio Guaíba atingiu a cota de 4,76 metros. Essa foi a maior cheia registrada em Porto Alegre até então. Na época, a capital gaúcha tinha 272 mil habitantes e a cheia atingiu diretamente as moradias de 70 mil pessoas, além de inundar um terço dos estabelecimentos comerciais e indústrias. Esta situação perdurou por 40 dias. A enchente, até então histórica, foi superada neste mês, quando o Guaíba ultrapassou os 5,30 metros e inundou a cidade.”
Quanto tempo durou a enchente do Guaíba em 1941:
Tem até vídeo da enchente de 1941…
O pessoal tá falando em recuperar as coisas em 30 dias, mas ouvi dizer que o aeroporto vai ficar meses sem funcionar, além disso tem varias estruturas urbanas que ainda ninguém conseguiu avaliar os danos.
Eu acho que os times gaúchos não vão conseguir reverter todo o prejuízo, nem esportivamente nem financeiramente falando.
Teve enchente tbm em 1967, não sei se pegariam os estádios, mas fico pensando no futuro, inclusive da cidade.
Off topic mas me assusta como a galera acha que essa catástrofe é a última… o estádio do Inter p/ex, precisaria ser reconstruído em outro lugar. O mesmo vale pra outras coisas “importantes” que estão em áreas que correm risco, principalmente se esse risco é aumentado pelo (des)governo… mas enfim, é apenas a minha opinião.
Eu estou vendo de longe, mas, o aeroporto deve ser o menos complicado de resolver se o pessoal trabalhar com afinco, tipo, menos de 1 mês daria pra usar.
Lembro que em 2010 teve um terremoto brabo no Chile e o aeroporto seguiu funcionadno dias depois (com rachadura na pista e váááários danos à estrutura). Viajei pra lá nessa ocasião e na minha chegada o aeroporto funcionava só com tendas, e as malas ficavam pela pista. 12 dias depois, no meu retorno, já não havia mais tendas e o aeroporto estava já quase normal (apenas as rachaduras na pista, mas quem liga pra isso né).
Claro que terremoto é muito diferente de enchente, mas o meu ponto é que se querem resolver, dá pra acelerar. Em todo lugar fazem isso, o Brasil não é inferior a ninguém…
O aeroporto ficou alagado pois uma das comportas se rompeu.
Isso tem culpa do Governo estadual e da prefeitura de Poa. Falta de manutenção e melhorias na estrutura teriam evitado alagamento em vários pontos da cidade. Aliado as bombas que tiveram de ser desligadas pelo risco elétrico.
Mas enfim, agora é tarde.
Vai voltar apenas em Agosto ou Setembro.
Veja como funciona o sistema de proteção contra cheias
https://www.gazetaweb.com/noticias/veja-como-funciona-o-sistema-de-protecao-contra-cheias-761741
Não tem mais como abandonar a área aterrada, vão acabar investindo mais nessas comportas, isso na melhor hipótese.
Ou vão fazer o crime ambiental de abrir um canal na laguna.
Tem cheiro de projeto mau feito… a bomba de agua foi desligada pq ficou debaixo d’agua???
Sim, tem 23 bombas. No auge do alagamento apenas 4 ou 5 ficaram funcionando. Atualmente 9 estão em funcionamento.
Eu também fiquei, que tipo de projeto é esse que se a água chegar ali tem que desligar :doh:?
O estádio colorado é um bom exemplo, pois a bomba 12 tinha parado e alagou tudo quando chegou a 5,35m.
Dias atrás voltou a subir a 5,25m mas o estádio e arredores não alagou novamente, pois restabeleceram o funcionamento dessa bomba. Veja que se todas as 23 estivessem funcionando todo o tempo teria evitado e muito o alagamento da capital.
Aqui o mapa de todas, em verde as que estão funcionando.
Tem que aperfeiçoar o sistema que já tem, de um jeito que funcione.
Tem algumas simulações sobre o aumento da largura dos Molhes em Rio Grande. Atualmente tem cerca de 750m entre eles. Mas para a região metropolitana da capital isso praticamente não ajuda, pois iria baixar alguns centímetros, e o problema é de metros.
Abrir um canal é pouco provável, até pelo grande risco de salinização da Lagoa dos Patos.
Reverter tudo é quase mpossivel a esta altura, iria contra inumeros interesses, a começar pelo agro que trocou a maior parte da vegetação nativa por lavouras imensas, que mudam o regime de absorção e escoamento da água, isso só para começar.
Lembrar que em termos geologicos 100 anos de estatísticas não são decisivos. Vai que o normal são chuvas muito acima e o periodo estudado foi uma era de anomalias ?
Complicado tudo isso.
Mas o importante agora é ajudar a população. Doem !
Muito complicado, lembrando que Porto Alegre tem esse sistema anti cheias com comportas, bombas bem completo que deveria ter funcionado.
As outras cidades da região metropolitana, se tem algo, é quase nada para evitar isso.
Canoas tem dique de terra que era para proteger e piorou e muito o caso.
Pois a água invadiu a cidade e depois por causa do tal dique não tinha para onde escoar.
“Os diques são elevações de terra que formam uma espécie de muro que separa a cidade de rios, arroios ou áreas alagadiças. No entanto, como a água ultrapassou os diques de Canoas e ficou represada na cidade, se torna mais difícil para que ela volte ao curso normal.”
Aqui em Houston tem vários desses diques/barragens. No geral, é uma solução barata, porém requer planejamento pra drenar antes de chuva forte. Também expõe a população à seguidas chuvas fortes, porque não dá tempo de drenar a água em tempo. Aqui, durante o Harvey, várias áreas que não deveriam ser inundadas acabaram debaixo d’água porque choveu muito, não deu tempo de drenar e choveu de novo, daí, pra não estourar o dique, abriram as comportas, que causou o alagamento.
Depois disso, começaram a construir várias piscinas pra retenção de água. De vez em quando eu passo ao lado de uma delas, deve ter uns 60 metros de profundidade e quarenta de diâmetro. Se vem me lembro, na Praça da Bandeira, no Rio de Janeiro, também tem uma dessas. Essa região é bastante central, e inundava com frequência. É uma solução bem mais cara porque, além da construção ser mais cara, requer que as bombas estejam sempre prontar pra funcionar.
Independente da solução, votem em candidatos empenhados com esta questão. Na próxima eleição, aposto que 100% dos candidatos vão prometer melhorias. Mas tem que ver quem já falava sobre isso antes da tragédia.
Vamos ver o que vão fazer, tem várias ideias em pauta.
Essa semana teve boatos que entraram em contato com o pessoal que projetou o sistema anti cheias de Nova Orleans.
O que o Rio Grande do Sul pode aprender com as falhas na resposta ao Katrina nos EUA
Por que sistema contra cheias não funcionou em Porto Alegre
Projetado para resistir a inundações de até seis metros, sistema sofreu com falta de cuidados ao longo de décadas. Com cenário de chuvas intensas mais frequentes, especialista defendem sua restauração.
"O sistema falhou miseravelmente", lamenta Walter Collischonn, professor de engenharia ambiental e engenharia hídrica na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). "Como hidrólogo gaúcho, esse fracasso me envergonha", diz à DW.
"As falhas se deram nos pontos de abertura do muro. A água passou por cima em alguns pontos. As comportas não foram bem vedadas. E no momento crucial não teve energia elétrica para bombear água de dentro para fora do sistema. Foi um descuido de décadas", analisa Collischonn.
Hoje eu vi um vídeo que derrubaram um portão de uma comporta para a água presa na cidade sair, pois o nível estava maior que o do guaiba.