Qual a diferença entre Nikon F e Nikon FM?

Oi sou novata nesse negócio de cameras.
Já procurei na web um site que esclareça qual máquina serve para que. Eu quero uma básica analógica, porque sempre quis assim. Resumindo, alguém sabe qual a diferença da série F pra série FM da Nikon, ou pode indicar algum site que ajude a conhecer mais sobre analógicas logo agora que as digitais estam tão em voga.

Pelo que sei, a série F da Nikon foi uma linha voltada para o seguimento profissional. São câmeras mais robustas e resistentes. A Nikon FM, por ser menor, mais leve e mais prática teve seu mercado voltado para os amadores entusiastas. Alguns profissionais usavam a FM como backup.

Nikon FM: http://mir.com.my/rb/photography/hardwares/classics/nikonfmseries/fm/index.htm

Nikon F: http://mir.com.my/rb/photography/hardwares/classics/michaeliu/cameras/nikonf/index.htm

Alencar …

As diferenças não são tão grandes assim … Mas veja … ambas não são cameras básicas analógicas. A Fm2 é uma camera considerada profissional, pela construção e pela qualidade de suas peças. E ainda é usada por alguns fotógrafos, pelo simples fato dela ser totalmente manual. Ou seja, você pode ir para qualquer lugar do mundo, que nunca ficará sem fotografar (mesmo que não exista energia). A única coisa que usa energia nessa camera é o fotometro (que mesmo assim, tem uma vida útil gigantesca, pelo fato de acender somente 3 luzes).

A série F da nikon é bem extensa … e engloba cameras amadoras e pros (fora dos EUA, pq lá, eles batizaram as amadoras de “N” … nos EUA a N80, é a nossa F80 !!) e existe um oceano de diferença entre a F60 e a F6 por exemplo.

A letra “m”, vem de “manual” assim, a Fm e a Fm2 são totalmente manuais, com algumas diferenças …
Mas primeiro as semelhanças:
Fotometria: CW (“center weight”)
Exposição: Manual
Lentes: Quase todas as lentes produzidas de 1950 até hoje são compatíveis com essas cameras (as pré-Ai acho que não são !)

Diferenças:
Velocidade:

  • Fm: 1/1000
  • Fm2: 1/4000

Sincronização com flash:

  • Fm: 1/125
  • Fm2: 1/250

Preço

  • Fm: $$
  • Fm2: $$$ **

** Dependendo do lugar … você consegue achar com preços bons !!! Tem um amigo que tem umas 4 cameras para vender (Fm2(n)) e eu tenho duas (mas uma eu nunca vou vender hehehe, tenho até caixa e manual).

Bem … no mais … a internet tem bastante material sobre analógicas … mas, o maior problema são que os “memory cards” usados pelas analógicas são mais trabalhosos de manipular (e muito, mas MUITO mais divertidos :smiley: !!!)

abraçøs :ok:

Oi,

as diferenças começam no conceito.

Para a Nikon, uma máquina profissional é um instrumento de precisão que será usado por profissionais para fotografar o que eles precisam. Seja ele um repórter no meio da guerra do Vietnam, um dentista que precisa fotografar a evolução do câncer de boca de um paciente nos mínimos detalhes, um cientista que fotografa micro-sapos na selva tropical ou um fotógrafo de moda nas ruas de Paris. Cada um desses profissionais usa a câmera de um jeito, cada um com suas necessidades, uma mais diferente da outra. Como satisfazer a TODOS? Não vai ser com UMA câmera, mas com UM SISTEMA.

Criou-se um corpo mecânico forte o suficiente para aguentar os mais variados trancos e continuar fotografando. A ele podem ser acoplados a maior variedade de acessórios já criada para que você possa ter a câmera que você precisa para suas necessidades. É quase a customização de uma câmera. Os visores são intercambiáveis, os backs (tampas traseiras) também, existem vários tipos de motor drive. Os vidros despolidos (onde se foca) são encontrados em vários modelos, cada um indicado para um tipo de uso. Adicione a isso flashes, disparadores e coisas que você nem consegue identificar para que servem e você tem o Sistema Nikon, um conceito que teve seu ápice na F2, sendo o mais completo sistema profissional já desenvolvido.

Essas máquinas têm seus obturadores desenvolvidos para funcionar perfeitamente por, pelo menos, 150 mil disparos. Por muitos, as F2 são consideradas os mais perfeitos mecanismos mecânicos já criados. possuem vedações mais trabalhadas contra água e poeira, são mais robustas.

As FM/FE têm o seu sistema, mas não é tão completo, os visores não são intercambiáveis, tudo é mais reduzido, inclusive o tamanho e peso. Seus obturadores não são projetados para 150 mil disparos nem as vedações tão completas. Mas de forma alguma elas são câmeras inferiores. É uma diferença mais conceitual na prática.

A partir da F3, a eletrônica foi sendo incorporada à série F, com a prioridade de abertura. A F3, aliás, é a Nikon que mais tempo permaneceu em linha - por volta de 10 anos. Na F4 entraram o auto-foco (leeeento), programas, sistema de flash excelente. A F5 incorporou o motor e conjunto de baterias ao corpo (não tem acesórios anexáveis como a F4), aprimorou ainda mais o sistema de flash, o AF ficou muito rápido. A F6 aperfeiçoou o que era posível e ainda grava dados das imagens como nas digitais (abertura, velocidade, fotometragem, etc.).

Eu fui fisgado pelas F2 quando vi uma ao vivo na década de 70. Deve ter sido por volta de 74. Que máquina, Só de segurar você sentia que aquilo tinha sido feito para durar. O “clack-clack” do obturador é inesquecível, a sensação de se manipular os controles, foi uma experiência inesquecível. Mas só quando voltei a fotografar, no final do século (tô ficando velho…) é que eu curei esse trauma de infância.

Minhas sugestões:

  • Se você quer uma máquina mecânica (bateria só para fotômetro) só para fotografar, vá de FM.

  • Se você quer uma máquina mecânica (bateria só para fotômetro) para fotografar, sentir que é um objeto que faz parte da história (em Apocalipse Now, por exemplo, o fotojornalista vivido por Dennis Hopper, aparece com várias no pescoço, o que era muito normal pois cada uma tinha um tipo de filme), que já foi para o espaço, guerras e esteve em todos os grandes eventos do último século, vá de F2, de preferência uma F2A ou AS.

  • Se você quer uma tão boa quanto e com a facilidade da prioridade de abertura, vá de F3. Ela tem uma velocidade mecânica, mas mesmo assim o consumo de baterias é ridículo de baixo.

Eu tenho três F2: F2 eye level (sem fotômetro), F2A (fotômetro de agulha) e F2AS (fotômetro por LEDs) e uma F3. A que eu uso mais é a F3 por causa da minha filha, que não para quieta. Aí é bom a velocidade automática para você se concentrar na imagem apenas.

Coisas a se considerar:

  • As FM são menores e mais leves. Eu já acho que máquina pesada ajuda na estabilidade. E minha mão, que não é muito grande, se encaixa muito bem com as F2 e F3. A F3 é ligeiramente menor que a F2 (que não é tão grande assim, a eye level é quase uma FM)

  • Máquinas mecânicas precisam de cuidados básicos - de vez em quando use-a mesmo sem filme, só para movimentar suas partes e evitar que o óleo endureça. A cada 5 ou 10 anos leve-a para uma limpeza, lubrificação e regulagem. Pronto.

  • Máquinas mecânicas têm manutenção mais fácil. É mais difícil uma peça mecânica quebrar do que um circuito pifar. Refazer uma peça mecânica, muitas vezes, é possível. Já um circuito, não. Aí, era uma vez uma máquina.

  • A minha F2A é da preta e eu tive a sorte de achar uma “de armário”, parece nova. Quando eu levei no T. Tanaka para revisão, o chefe da oficina - um senhor japonês, naturalmente - ficou todo orgulhoso de ver uma naquele estado e poder cuidar dela. É curiosa essa relação deles com esses produtos “clássicos”. Já quando levei a F2AS, que está bem marcada, ele tratou como uma câmera normal…

  • As lentes G e DX não devem ser usadas em máquinas manuais/mecânicas. Nas G você só usa com a abertura máxima. E nas DX, como elas foram feitas para máquinas digitais que têm o sensor menor do que um filme 35mm, as bordas ficarão escuras.

  • As F profissionais (dentro daquele conceito) são: F, F2, F3, F4, F5, F6.

  • As “semi” profissionais são: FM (mecânica), FE (prioridade de abertura), FM2, FE2, F90 e F100.

  • As outras F55, F80 e companhia limitada, são Fs de marketing, máquinas amadoras, embora competentes. Algumas DSLRs da Nikon e Fuji foram baseadas, por exemplo, na F80 (N80 nos USA)

Bom, espero ter ajudado e, qualquer outras dúvidas, pergunte que se eu puder ajudar, faço isso com o maior prazer. E prometo ser mais curto nas próximas respostas.

Abraço,

José Azevedo

Cara, adorei sua resposta! Simples e super-informativa.
Deu até vontade de procurar saber um pouco mais.

Abraço!
William Alves.

Olá joseazevedo,

Parabéns pela explicação… uma aula sobre Nikon F :clap:

Me tire uma curiosidade sobre a Nikon F6.
Você disse que ela grava dados das imagens como nas digitais (abertura, velocidade, fotometragem, etc.).

Onde esses dados são gravados??

Abraço

Boa pergunta… :ponder:

Oi William,

obrigado, é sempre um prazer dividir informação com quem está a fim. Olha, essas máquinas são realmente apaixonantes. Você monta, desmonta, remonta, limpa, é quase um brinquedinho de gente grande.
Na web tem um monte de informação sobre elas, o link que passaram acima é um dos melhores, dá uma olhada, você não vai se arrepender.

Abraços,

José Azevedo

Oi Elias,

por favor, não ria. Eles são gravados… na memória interna dela. :slight_smile:
Cabem até uns 50 rolos, dependendo do número de imagens de cada um, a quantidade de informação, essas coisas. Aí você pode passar isso para um cartão CF com um adaptador ou ligar direto no computador com outro cabo, um USB.
Só uma coisa, que a princípio não faz sentido mas depois tem lá sua lógica: você tem que habilitar a função ANTES de colocar filme. Depois do filme lá, tem que ser feito no modo old school: lápis e papel.

Abraco,

José Azevedo

Puxa vida! Muito obrigada !!¡Obrigada mesmo!! Estava com ificuldade em encntrar alguma BOA explicação para minha dúvida e o senhor conseguiu me esclarecer bastante!

Olá, joseazevedo!

Muito interesante esse sistema da F6!rs

Obrigado por compartilhar essa informação com a gente.

Abraço

José Azevedo,

Nesse histórico de Câmeras Nikon… como encaixaria a Nikon FG??

A F5 também grava esses dados. Mas para isso precisa de um acessório específico: Nikon MF-28 Multi-Control Back.

Isso fica gravado na própria película entre os frames.
http://www.mir.com.my/rb/photography/hardwares/classics/NikonF5/MF28Manual/index.htm

http://mir.com.my/rb/photography/hardwares/classics/nikonf4/filmbacks/betweenframe.jpg


(editando…)

Ah! Esqueci de dizer, apesar de estar fugindo do assunto deste tópico. A Pentax 645N (médio formato) também grava dados de exposição entre os fotogramas. A diferença é que é um formato maior: 4,5 x 6.

Num anúncio do Glauco, lá no BrFoto, tem um exemplo disso: http://forum.brfoto.com.br/index.php?showtopic=54870

Veja a foto feita com Velvia e os dados gravados na lateral do fotograma.]

O intuito é só ilustrar o meu comentário, jamais fazer propaganda daquele anúncio em outro forum. Se a moderação entender que isso fere as regras, por favor, fique à vontade para editar essa mensagem ou mesmo apagá-la.

Senhor, não, por favor…

Abraço,

José Azevedo

Oi Elias,

oficialmente ela é uma câmera amadora. Agora, tem coisas que ficam enraizadas, no DNA de uma empresa mesmo. A qualidade final dos produtos é uma dessas coisas na Nikon. Ou, pelo menos, era até a década de 80. Depois, ficou muito mais clara a divisão emntre os produtos populares e os profissionais.

A linha popular deles na época - FG, EM e lentes série E - tinha corpo de metal, baioneta em metal, a mecânica interna das lentes era em metal, as lentes em cristal sendo que uma ou outra tinha um elemento interno em plásico fotográfico. Outros fabricantes já abusavam do plástico para baratear os custos. A Nikon procurou baixar o custo sem baixar a qualidade. Para isso, manteve os chassis em metal e usou plástico no revestimento das câmeras e em peças não fundamentais. Além disso, focou na eletrônica para baixar custos, eliminando muitas partes mecânicas.

A eletrônica é a grande descoberta do final do século 20. Ela reduz IMENSAMENTE os custos de produção, os investimentos em pesquisa e, em compensação, os fabricantes cobram cada vez mais por seus produtos que são extremamente avançados tecnologicamente. Ou eletronicamente. Cada um com mais funções que você nunca vai usar que o outro. A margem de lucros, ó, vai às alturas…

Produzir uma máquina - ou qualquer outro produto - onde você só encaixa peças é BEM mais em conta do que uma em que são necessários mecanismos, ajustes entre peças, etc. Essa é uma das razões de muitos fabricantes já terem parado de produzir câmeras de filme e insistirem, cada vez mais, que digital é o que há de melhor no mundo. Para algumas coisas, é, mas para outras não. E do ponto de vista do fabricante, quanto mais lucro, melhor.

Bom, voltando aos anos 80, o resultado foram câmeras e lentes quase tão robustas quanto as FM, por exemplo, a um preço mais acessível. A FG é uma câmera adorável, tem o seu mini-sistema com motor, flash dedicado, você pode carregar no dia-a-dia, pequena, leve, com opções de programas além de manual. Pode ser tudo o que alguém precisa. E, por causa da sua construção, é fácil encontrar uma em bom estado mesmo hoje em dia.

Essa foi a última série de câmeras populares feita com verdadeiro respeito pelo seu dinheiro. E não só da Nikon, mas de qualquer fabricante. Depois vieram as tampas traseiras em plástico, os circuitos que se queimam sem explicação, as baionetas em plástico, as peças em plástico que se quebram, os encaixes que já foram melhores, os plásticos que trincam, arranham só de segurar mais firme, os acabamentos que se acabam com o tempo e não com o uso e por aí vai.

Eu gosto bastante dessa série. Um dia acabo comprando uma.

Abraços,

José Azevedo

Oi Braga!

Então, o problema desse sistema de gravação entre os frames é que você sempre acaba cortando o filme. Se montar os cromos, então, vai cortar tudo pela metade. Pelo menos você pode anotar am algum lugar antes de cortar. Outra característica que limita isso é que a quantidade de informação é pequena.

Não tenho certeza, mas acho que a F5 e até mesmo a F90 e F100 guardem data de alguma forma pois elas são conectáveis a computadores. Mas não sei exatamente o que é gravado na forma de arquivo.

Existem muitas outras câmeras que gravam entre os frames com o uso de backs específicos, mas tem esse probleminha de se cortar o negativo.

Abraços,

José Azevedo

Olá, Braga!

Interessante esse recurso da F5 também!
Nem imaginava que fosse possível uma coisa dessa…

José Azevedo,

Eu achando que você ia vir com um descurso dizendo que a FG era Amadora… e me desanimando…rs
Agora que deu mais vontade de pegar uma!

Obrigado pela detalhada explicação!

To indeciso se mando arrumar minhas K1000 (preciso comprar uma lente 50 pra ela),
se pego uma Nikon FG pra poder compartilhas as lentes nas minhas Nikons Digitais,
ou se pego uma Olympus OM1 que o pessoal fala tão bem!

Queria ter dinheiro pra comprar uma de cada…rs

Abraço

Opa… essa informação me interessou!rs

Tenho uma F90X e não sabia que dava pra conectar ela ao computador.

Sabe dizer quais recursos a F90X disponibiliza dessa conexão, ou em que link posso pesquisar sobre o assunto?

Abraço

José Azevedo,

E aí Zé, como vai? Muita correria com o trampo? Rapaz, nós não somos de ferro, dá uma manerada nesse rítmo senão a coisa se complica, hein!

É mesmo! Eu nem tinha me dado conta do fato de cortar as informações. Você toda razão.

Agora há pouco, dando uma fuçada na web, veja o que eu encontrei (e não conhecia isso): Nikon MV-1 Data Reader - for F6, F5 & F100 Cameras

http://www.bhphotovideo.com/images/images345x345/352126.jpg

Mas é caro pra burro! Ô lôco!!!

Elias,

Veja lá no site da B&H, em Reviews do produto:

[b]Can work with F90/F90S/F90X
By Daniel Ernest from Hong Kong & Japan on 6/25/2009
Pros: Lightweight
Best Uses: Traveling
Describe Yourself: Pro Photographer
Bottom Line: Yes, I would recommend this to a friend

Comments about Nikon MV-1 Data Reader:

But need use the old software (Photo Secretary (AC-1WE/AC-2WE)to start the camera boby to record data once.[/b]